Escola Municipal em São Caetano sofre com casos de racismo: mães se unem para exigir mudanças e justiça.

Na última semana, mães de alunos de escolas públicas em São Caetano se uniram para formar o coletivo Akilomba, que representa os familiares dos estudantes da Escola Municipal Ângelo Raphael Pelegrino que foram vítimas de racismo. O caso que motivou a criação desse coletivo aconteceu em setembro do ano passado, quando Matheus Santos de Jesus, de apenas 12 anos, foi alvo de comentários racistas por parte de um colega durante o lanche na escola. A situação foi exposta pela mãe, Patrícia Santos, que compartilhou áudios em que o filho implorava para sair da escola devido ao preconceito que sofria.

Desde então, passaram-se sete meses e pouco ou quase nada mudou. A prefeitura afirmou que estava acolhendo a família, mas o pai de Matheus, Luiz Fernando de Jesus, relatou que nenhuma ação efetiva foi tomada até o momento, exceto pela transferência do filho para outra escola logo após o incidente. O descontentamento dos familiares se estende também ao irmão mais novo de Matheus, Emanuel, de 9 anos, que também foi vítima de racismo em uma situação na escola.

Apesar do registro de boletim de ocorrência, inquérito policial e processo judicial, a situação parece ter sido tratada de forma negligente pelas autoridades. O processo foi arquivado sob a alegação de “fato atípico”, sem que houvesse uma verdadeira resolução para o problema apresentado pela família de Matheus.

O pai dos meninos destaca a importância de continuar lutando contra o racismo, mesmo diante das dificuldades enfrentadas. Ele ressalta a necessidade de uma educação antirracista em todas as escolas e a importância de preparar os filhos para lidar com situações de preconceito.

Em resposta às questões levantadas, a prefeitura de São Caetano se pronunciou, afirmando que não compactua com qualquer forma de racismo ou preconceito na comunidade educativa. Foram destacadas ações realizadas pela administração municipal em prol de práticas antirracistas, inclusive mencionando a formação contínua dos professores e a realização de palestras para familiares visando uma reflexão sobre os direitos das crianças e adolescentes.

Diante desse cenário, o caso de Matheus Santos de Jesus e de seu irmão Emanuel serve como alerta para a necessidade de políticas mais efetivas de combate ao racismo nas escolas e na sociedade como um todo. É fundamental que o tema seja abordado de maneira séria e que medidas concretas sejam adotadas para garantir um ambiente seguro e acolhedor para todos os alunos, independentemente de sua raça ou origem.

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