DPU ajuíza ação para vítimas de escalpelamento na Região Norte receberem seguro obrigatório de danos pessoais causados por embarcações.

A Defensoria Pública da União (DPU) ajuizou uma ação civil pública com o objetivo de garantir que as vítimas de escalpelamento na Região Norte do Brasil recebam o seguro obrigatório de danos pessoais causados por embarcações (DPEM). O escalpelamento ocorre quando o couro cabeludo é acidentalmente arrancado, sendo comum em embarcações de pequeno porte, especialmente quando os cabelos das vítimas ficam presos no eixo rotativo do motor.

Os casos de escalpelamento frequentemente resultam em graves danos físicos, como a perda de orelhas, sobrancelhas, pálpebras e parte do rosto e pescoço, podendo levar à morte das vítimas. Após tais acidentes, as vítimas passam por procedimentos cirúrgicos complexos, implantes capilares e acompanhamento psicológico.

A ação civil foi direcionada contra a União e a Associação Brasileira Gestora de Fundos Garantidores e Garantias (ABGF), com o intuito de assegurar que os valores referentes ao DPEM sejam pagos às vítimas. A Lei nº 8.374/91 determina que todas as pessoas envolvidas em acidentes com embarcações têm direito à reparação em todo o país.

No entanto, desde 2016, não há seguradoras credenciadas pelo governo federal para fornecer o seguro obrigatório. Diante dessa lacuna, a Defensoria Pública da União solicitou que os bancos públicos sejam credenciados para oferecer o seguro e que sejam feitas mudanças regulatórias para tornar a oferta atrativa para empresas privadas.

O defensor regional de Direitos Humanos no Pará, Marcos Wagner Teixeira, destacou a extrema vulnerabilidade das vítimas de escalpelamento, especialmente ribeirinhos, e criticou a falta de ação da União em garantir o pagamento do seguro às vítimas. Em sua medida, o defensor solicitou uma indenização por dano moral coletivo no valor de R$ 10 milhões.

Diante da gravidade da situação enfrentada pelas vítimas de escalpelamento na Região Norte, a Defensoria Pública da União está empenhada em garantir que essas pessoas recebam a assistência e compensação necessárias para lidar com as sequelas físicas e psicológicas causadas por esses acidentes trágicos.

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