Corte da Selic gera divisão entre os diretores do Copom e mercado aguarda esclarecimentos na ata

Na última quarta-feira (8), o Comitê de Política Monetária (Copom) decidiu cortar a Selic em 0,25 ponto porcentual, reduzindo a taxa de juros básica de 10,75% para 10,50%. A decisão, que foi dividida, gerou diferentes interpretações no mercado e levou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a preferir aguardar a divulgação da ata para fazer comentários mais detalhados.

Haddad, ao chegar à Fazenda, afirmou que a ata poderá esclarecer melhor os motivos que levaram ao corte da Selic. O comunicado divulgado após a reunião do Copom foi considerado muito sintético pelo ministro, que ressaltou a importância de aguardar por mais informações.

Uma das discussões que surgiram em relação à divisão na decisão do Copom foi o sinal de uma possível postura mais leniente com a inflação por parte da diretoria nomeada durante a gestão de Luiz Inácio Lula da Silva. Haddad também destacou a importância do guidance, que não foi mencionado no comunicado pela primeira vez desde agosto do ano passado.

Durante a reunião de março, o Copom havia indicado que manteria o ritmo de corte de 0,50 ponto porcentual da Selic para a reunião seguinte. No entanto, algumas indicações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, apontavam para uma possível postura mais agressiva, levando em consideração a postergação do início da flexibilização da política monetária nos Estados Unidos.

A decisão do Copom foi marcada pela divisão entre os diretores. Enquanto os cinco diretores que já estavam no BC antes da gestão de Lula votaram pelo corte de 0,25 ponto porcentual, os quatro nomes indicados pelo ex-presidente optaram por uma redução maior, de 0,50 ponto porcentual.

O cenário doméstico, aliado à situação das chuvas no Rio Grande do Sul, adicionou incertezas ao processo de decisão do Copom. Agora, o mercado aguarda ansiosamente pela divulgação da ata para entender melhor os motivos que levaram a essa decisão dividida.

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