Rio Grande do Sul descumpre exigências do plano de recuperação fiscal por 30 dias, decisão do Conselho de Supervisão surpreende.

O Rio Grande do Sul, estado que está em plano de recuperação fiscal desde 2022, enfrenta um grande desafio. O Conselho de Supervisão do Regime de Recuperação Fiscal decidiu, nesta terça-feira (7), que o estado deixará de cumprir as exigências do plano por 30 dias, uma decisão que poderá ser prorrogada se necessário.

Essa decisão foi tomada por unanimidade, devido ao estado de calamidade pública decretado em 336 municípios gaúchos. O acordo do regime de recuperação fiscal, fechado em junho de 2022, impôs uma série de condições para que o estado refinanciasse sua dívida com a União, incluindo medidas de ajuste fiscal, reformas para reduzir gastos locais e desestatizações.

O governador Eduardo Leite estava em processo de renegociação do regime de recuperação fiscal com o Ministério da Fazenda, quando o estado foi atingido por enchentes que agravaram a situação financeira.

Além da suspensão do plano de recuperação, o governo federal pretende interromper o pagamento das dívidas do governo gaúcho com a União até o fim do ano, uma decisão que foi reforçada pelo senador Paulo Paim, do PT. Paim afirmou que, devido à dívida de R$ 92 bilhões do estado, o pagamento não será realizado até dezembro.

Neste contexto, a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional suspendeu, por 90 dias, a cobrança de dívidas e ações executivas para os devedores residentes nos municípios atingidos. Além disso, o Banco Central decidiu suspender a cobrança de dívidas para pessoas físicas e empresas com sede no estado, evitando inclusões na dívida ativa e certidões de protesto.

Diante desse cenário complexo e desafiador, o Rio Grande do Sul precisará enfrentar grandes obstáculos para se recuperar financeiramente e cumprir com suas obrigações fiscais, em meio a um contexto de crise econômica e desastres naturais.

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