A decisão de adiar o julgamento foi fundamentada em questões legais delicadas relacionadas ao uso de provas confidenciais durante o processo. Em um parecer de cinco páginas, a juíza Aileen Cannon afirmou que seria imprudente marcar uma data específica antes de uma análise mais aprofundada dessas questões.
Durante uma audiência realizada em março, a defesa de Trump argumentou que o ex-presidente deveria ser julgado apenas após as eleições ou, no mínimo, não antes de agosto. Por outro lado, a acusação, liderada pelo promotor especial Jack Smith, propôs o início do julgamento para o mês de julho.
As acusações contra Trump estão relacionadas a 40 casos de gestão indevida de documentos sigilosos e obstrução dos esforços para recuperá-los. A investigação resultou em uma operação histórica do FBI na residência do ex-presidente na Flórida, onde foram encontrados arquivos confidenciais contendo informações sensíveis sobre segredos nucleares, programa de mísseis do Irã e atividades de inteligência envolvendo a China.
Trump tornou-se o primeiro ex-presidente na história dos Estados Unidos a enfrentar acusações criminais, somando cerca de 90 ao total. Além do processo na Flórida, o ex-presidente está sendo julgado em Nova York por supostamente comprar o silêncio da atriz pornô Stormy Daniels antes das eleições de 2016. Dois casos relacionados às tentativas de reverter a derrota para Joe Biden em 2020 também estão pendentes, um a nível federal e outro no Estado da Geórgia.
Enquanto Trump tenta retornar à Casa Branca, sua defesa tem buscado adiar os processos judiciais, com a esperança de uma possível vitória nas eleições. Caso seja eleito, o ex-presidente teria o poder de influenciar o desfecho dos processos, podendo ordenar o novo procurador-geral a rejeitar as acusações federais ou até mesmo conceder perdão a si mesmo. A situação política nos Estados Unidos segue sob intensa especulação, enquanto o futuro de Trump na justiça permanece incerto.