Mais de 121 mil pessoas tiveram que deixar suas casas e cerca de 19 mil estão abrigadas em locais seguros. O governo estima que aproximadamente 850 mil pessoas foram impactadas diretamente por esse evento climático extremo, que também deixou 111 pessoas desaparecidas e 276 feridas.
Entre as cidades mais afetadas estão Cruzeiro do Sul, Gramado, Veranópolis, Caxias do Sul, Lajeado e Santa Maria, que registraram um alto número de óbitos em decorrência das enchentes. Além disso, o Lago Guaíba atingiu um recorde histórico, mantendo-se com mais de 5 metros acima do volume considerado normal.
A situação das estradas do estado também foi afetada, com vários trechos bloqueados devido a deslizamentos. O governo anunciou um investimento de R$ 117,7 milhões para reconstrução das vias danificadas. Em relação aos serviços básicos, cerca de 10% da rede elétrica está comprometida, deixando aproximadamente 884 mil pessoas sem energia, e 74 escolas estão danificadas ou servindo de abrigo.
Além dos problemas causados pelas chuvas, o estado está em alerta devido ao risco de rompimento de barragens de hidrelétricas. Seis barragens estão em situação de emergência, com a possibilidade de rompimento iminente, o que exigiu a retirada de famílias de áreas de risco.
Diante da gravidade da situação, o governador do estado, Eduardo Leite, destacou a necessidade de um “Plano Marshall” para reconstrução do estado após essa tragédia. O ex-presidente Lula também visitou a região para discutir as medidas de recuperação e prevenção de novos desastres naturais.
Além de todos esses desafios, o governo federal alertou para a chegada de uma frente fria nos próximos dias, que poderá agravar as condições de evacuação e aumentar o risco de hipotermia entre os desabrigados. As chuvas intensas que atingiram o Rio Grande do Sul foram resultado de uma combinação de fatores climáticos, como a presença de um cavado, um corredor de umidade vindo da Amazônia e uma onda de calor na região central do país.
Com as mudanças climáticas em curso, eventos extremos como essas chuvas no Sul do Brasil estão se tornando mais frequentes, destacando a importância de ações de prevenção e mitigação para lidar com esses desastres naturais.