Segundo Artur Romeu, diretor do escritório da RSF para a América Latina, essa melhora no ranking é reflexo da percepção positiva após o fim do governo de Jair Bolsonaro, que exercia forte pressão sobre o jornalismo. A pontuação brasileira se manteve estável, com um pequeno acréscimo, mas a queda de outros países foi mais acentuada, contribuindo para a ascensão do Brasil na classificação.
Romeu destaca que a melhora no ranking é um sinal de estabilidade, mais do que de progresso efetivo. O processo de coleta de dados para elaboração do ranking envolveu especialistas consultados em diversos países, que avaliaram as condições de liberdade de imprensa em cada região.
O diretor da RSF ressalta que, mesmo com a melhora na classificação do Brasil, ainda existem desafios a serem enfrentados, como a concentração midiática nas mãos de poucos grupos e a vulnerabilidade do setor diante de problemas econômicos. Além disso, a violência contra jornalistas e a insegurança no exercício da profissão foram pontos negativos destacados no relatório.
A necessidade de regulação das plataformas para combater a desinformação foi apontada como uma questão central, juntamente com a importância da aprovação do Projeto de Lei das Fake News pelo Congresso Nacional. O diretor da RSF alerta para a importância de garantir a integridade informativa em um cenário de disseminação de notícias falsas.
No contexto global, a queda de indicadores políticos em diversos países mostra uma fragilização do direito à liberdade de imprensa. Países como Argentina, Peru e Estados Unidos também apresentaram quedas significativas em seus posicionamentos no ranking, refletindo um cenário de polarização e pressão sobre o jornalismo.
Por fim, apenas 1% da população mundial está em países onde a situação para os jornalistas é considerada boa, com Noruega, Dinamarca e Suécia liderando as primeiras colocações. Em contrapartida, países como Afeganistão, Síria e Eritreia enfrentam graves problemas de repressão e violência contra a imprensa.