Comunidades quilombolas Sítio Antas e Caitano são reconhecidas pela Fundação Cultural Palmares, garantindo acesso a políticas públicas e direito à terra.

Na última quinta-feira (2), as comunidades quilombolas Sítio Antas, localizada em Aurora, no Ceará, e Caitano, em Santa Helena de Minas, foram oficialmente reconhecidas pela Fundação Cultural Palmares. Essa certificação garante que os habitantes desses territórios tenham acesso às políticas públicas destinadas aos descendentes daqueles que resistiram ao regime escravocrata no Brasil.

De acordo com o decreto 4.887/2003, a certificação é concedida a grupos étnico-raciais que possuem uma trajetória histórica própria, relações territoriais específicas e presunção de ancestralidade negra ligada à resistência à opressão sofrida ao longo da história do país.

No Ceará, 23.955 pessoas se autodeclararam quilombolas de acordo com o Censo de 2022, enquanto em Minas Gerais, terceiro estado com maior prevalência dessa população, são 135.310 integrantes das comunidades tradicionais.

O processo de reconhecimento pela Fundação Palmares tem início com a solicitação da própria comunidade, que deve enviar um requerimento à instituição junto com a ata da reunião ou assembleia que discutiu a autodeclaração do grupo, a lista de assinaturas dos participantes e um relato sobre a história daquela população. Um manual com instruções detalhadas está disponível no site da fundação.

Além de terem acesso a políticas públicas específicas, o reconhecimento e certificação das comunidades quilombolas possibilitam que reivindiquem o direito de uso da terra junto ao Incra. Essa medida visa garantir que as tradições culturais associadas aos locais onde vivem sejam preservadas.

Dessa forma, o reconhecimento das comunidades quilombolas Sítio Antas e Caitano representa um passo importante para a valorização e preservação da herança cultural e histórica desses povos no Brasil.

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