O termo “moderado” tem suas raízes etimológicas no latim “modus”, que significa medida. Ou seja, algo moderado seria aquilo que está de acordo com a medida certa, evitando excessos ou faltas. No entanto, ao aplicarmos essa definição ao contexto político atual, surge uma contradição evidente. Como podemos considerar moderado alguém que se espelha e se pauta por um líder extremista da extrema direita?
A questão se torna ainda mais complexa quando observamos a atuação do ministro Tarcísio de Freitas em meio a uma crescente letalidade da polícia em São Paulo. Dados apontam para um aumento significativo no número de mortes causadas pela polícia, o que contradiz a ideia de moderação e prudência que deveria ser associada a um político com esse rótulo.
Além disso, a postura desafiadora e imodesta do ministro frente a críticas, como as feitas pela ONU, coloca em xeque a sua suposta moderação. O fato de ele afirmar que não está “nem aí” para as denúncias revela uma postura que beira a arrogância e a falta de compromisso com valores como direitos humanos e segurança pública.
Em um momento em que o extremismo político tem ganhado cada vez mais espaço, é importante questionar se a tentativa de se apresentar como um “bolsonarismo moderado” faz sentido. A busca pela moderação em um cenário marcado pela polarização e radicalismo pode ser vista como uma estratégia arriscada e contraditória. Afinal, como encontrar a medida certa para algo que, por definição, é desmedido?
Nesse contexto, a figura do ministro Tarcísio de Freitas se torna emblemática de um dilema político mais amplo, que busca conciliar posturas extremas com uma pretensa moderação. No entanto, diante dos desafios e contradições desse cenário, é fundamental questionar se essa busca pela moderação é realmente eficaz ou se simplesmente serve para mascarar posturas mais extremas e controversas.