Comissão de Constituição e Justiça adia votação do Seguro Obrigatório para Proteção de Vítimas de Acidentes de Trânsito em meio a polêmicas e críticas

Na última terça-feira (7), um pedido de vista coletivo na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado adiou a votação do projeto que propõe a criação do Seguro Obrigatório para Proteção de Vítimas de Acidentes de Trânsito (Spvat). O projeto visa substituir o antigo Dpvat, que foi extinto em 2021 e era pago pelos proprietários de veículos automotores. Enviado pelo governo federal em caráter de urgência, o texto já havia sido aprovado pela Câmara dos Deputados e tem sido utilizado como moeda de negociação entre os poderes Executivo e Legislativo.

A proposta do governo é destinar parte da arrecadação do seguro obrigatório para o pagamento de emendas parlamentares. Segundo o senador Jaques Wagner (PT-BA), relator do texto, a antecipação dos recursos é necessária para atender à demanda do Congresso por emendas parlamentares. Por meio das emendas, os parlamentares indicam onde os recursos do orçamento público deverão ser investidos. No entanto, a oposição critica a medida, argumentando que a recriação do seguro sobrecarrega a população com mais impostos.

O senador Oriovisto Guimarães (Podemos-PR) lamenta a recriação do seguro, considerando-a desnecessária e inútil, enquanto o líder da oposição, senador Rogério Marinho (PL-RN), acredita que a medida é injusta e prejudica as pessoas mais pobres. Por outro lado, a senadora Zenaide Maia (PSD-RN) defende o seguro obrigatório, argumentando que ele beneficia a população mais carente que não tem recursos para despesas médicas em casos de acidentes de trânsito.

Jacques Wagner também defende a importância do seguro obrigatório para as vítimas de acidentes de trânsito, ressaltando que parte dos recursos é direcionada ao Sistema Único de Saúde (SUS), que é sobrecarregado com os atendimentos resultantes de acidentes de trânsito. O Dpvat, criado em 1974, tem o objetivo de indenizar vítimas de acidentes de trânsito em todo o território nacional, proporcionando auxílio em casos de morte, invalidez ou despesas médicas.

Com a aprovação do projeto, o seguro anual obrigatório voltará a ser cobrado dos proprietários de veículos e continuará sendo operado pela Caixa Econômica Federal. A votação do projeto na CCJ do Senado deve ser retomada em breve, trazendo à tona debates sobre a necessidade e os impactos do Spvat no país.

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