Aumento alarmante: número de pessoas mortas por policiais militares em serviço em SP cresce 138% no primeiro trimestre de 2024

No primeiro trimestre deste ano, dados divulgados pela Secretaria Estadual de Segurança Pública de São Paulo apontam um aumento significativo no número de mortes causadas por policiais militares em serviço no estado. De acordo com o boletim divulgado nesta segunda-feira (29), o registro foi de 179 casos nos primeiros três meses de 2024, em comparação com 75 ocorrências no mesmo período do ano passado, representando um crescimento alarmante de 138%.

Questionada sobre os motivos que levaram a esse aumento, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) respondeu, em nota, que continua investindo na capacitação dos policiais, na aquisição de equipamentos de menor potencial ofensivo e na implementação de políticas públicas voltadas para a redução da letalidade policial. Destacou também que os programas de formação do efetivo são constantemente atualizados e que comissões especializadas são encarregadas de analisar e aprimorar os procedimentos, além de rever os treinamentos e a estrutura das investigações.

A SSP enfatizou ainda que as forças de segurança do estado operam dentro de seu dever constitucional e seguem protocolos operacionais rigorosos. Segundo a nota, as Mortes Decorrentes de Intervenção Policial (MDIP) são resultados da reação dos criminosos contra a ação policial, ressaltando que a decisão pelo confronto sempre parte do suspeito, colocando em risco tanto a vida dos policiais quanto a da população em geral.

A secretaria assegurou que todas as ocorrências são rigorosamente investigadas pelas polícias Civil e Militar, com a supervisão do Ministério Público e do Poder Judiciário, além das Corregedorias prontas para averiguar denúncias contra os agentes.

Além disso, é importante mencionar as operações policiais realizadas no município de Guarujá, na Baixada Santista, como parte das ações de combate ao crime organizado, que resultaram em um grande número de mortes. A Operação Escudo, deflagrada no ano passado, e a Operação Verão, neste ano, se destacaram pelo número de vítimas em confrontos com a polícia, o que levantou questionamentos sobre a eficácia e os impactos dessas ações na sociedade.

Diante desse cenário, especialistas apontam que as operações da Polícia Militar na Baixada Santista, em 2023, não contribuíram para a redução da criminalidade violenta, pondo em risco a vida dos policiais e violando os direitos das comunidades periféricas. Os indicadores criminais da região mostraram uma baixa eficiência das operações, um aumento na letalidade policial e um crescimento nas infrações relacionadas ao crime organizado.

Esses dados alertam para a necessidade de avaliar a eficácia e os impactos das ações policiais, bem como reforçam a importância de medidas que visem a segurança pública de forma mais eficaz e respeitosa para todos os cidadãos. É fundamental uma análise criteriosa e a busca por soluções que garantam a proteção da sociedade e o respeito aos direitos humanos em todas as operações policiais no estado de São Paulo.

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