O estudo, que questiona cerca de 1.000 pessoas de 29 países mensalmente, revelou que os brasileiros estão mais preocupados com temas como saúde pública, crime e violência, educação, inflação, corrupção financeira e política, pobreza e desigualdade social, impostos, mudança climática, terrorismo e outros.
No último levantamento, realizado entre 22 de março e 5 de abril de 2024, a saúde pública foi apontada como a principal preocupação por 42% dos participantes, representando um crescimento de mais de 5 pontos percentuais em relação ao mês anterior. Esse índice de preocupação só havia sido atingido durante o auge da pandemia de covid-19.
O CEO do Instituto Ipsos, Marcos Calliari, destacou que esse aumento na preocupação com a saúde pública pode estar relacionado à crise de dengue no país, que já resultou em mais de 1.800 mortes e quatro milhões de casos prováveis somente em 2024, de acordo com o Ministério da Saúde. Além disso, um caso de cólera registrado na Bahia após 18 anos sem ocorrências acendeu um alerta entre os brasileiros.
Mesmo com a saúde pública em foco, a preocupação com crime e violência não ficou muito atrás, sendo apontada por 41% dos entrevistados como uma das principais questões. Em seguida, a pobreza e desigualdade social foram citadas por 37% dos participantes.
Globalmente, a saúde pública ficou em sexto lugar entre as maiores preocupações, escolhida por 23% dos entrevistados. A inflação, pelo 25º mês consecutivo, liderou como a principal preocupação, seguida por pobreza e desigualdade social, crime e violência, desemprego e corrupção financeira e política.
Além das preocupações específicas, a pesquisa também questionou se os entrevistados acreditam que seus países estão indo na direção certa. No Brasil, 53% responderam que não veem o país no caminho correto, enquanto 47% acreditam que sim. Globalmente, a maioria dos entrevistados (62%) considerou que seus respectivos países estão seguindo na direção errada.
Dessa forma, a saúde pública se destaca como uma preocupação crescente entre os brasileiros, refletindo as preocupações globais com inflação e desigualdade social.
