A expectativa é que, até setembro deste ano, mais de 3 mil favelas espalhadas pelas 27 unidades da federação e por outros 40 países, como Moçambique, Congo, Cazaquistão e Bélgica, sediem conferências semelhantes. O intuito é reunir propostas que serão entregues aos líderes do G20, que reúnem as 19 principais economias do mundo, juntamente com a União Europeia e a União Africana.
“A favela contribui significativamente para o desenvolvimento do país, por meio de sua mão de obra. No entanto, as ideias e pensamentos da favela muitas vezes não são considerados pelo poder público, uma vez que raramente são consultados sobre assuntos relevantes. Agora, com o G20, surge uma oportunidade para que a favela se organize, apresente os temas que lhe interessam e demonstre sua capacidade de refletir sobre questões como sustentabilidade, direitos humanos e redução das desigualdades”, ressalta Celso Athayde, cofundador da Central Única das Favelas (Cufa).
Após as conferências locais nas favelas, estão programados eventos em nível estadual e nacional nos 41 países participantes. Athayde destaca a importância de as vozes dessas comunidades serem ouvidas e a responsabilidade dos líderes políticos em considerar suas demandas e necessidades. O objetivo é mostrar que as favelas não devem ser apenas espectadoras, mas sim protagonistas quando se trata de abordar temas que as afetam diretamente.
Essa iniciativa inovadora promovida pelas favelas tem despertado interesse e engajamento em diversas comunidades ao redor do mundo. Com a colaboração de todos os envolvidos, espera-se que esta abordagem inclusiva e participativa possa gerar impactos positivos e contribuir para um debate mais representativo e eficaz no âmbito do G20 e das políticas públicas em geral. A voz das favelas merece ser ouvida e suas demandas merecem ser levadas em consideração por todos os agentes envolvidos.