A Estação Primeira de Mangueira foi uma das últimas escolas a divulgar seu enredo, intitulado “À Flor da Terra – No Rio da Negritude entre Dores e Paixões”. O carnavalesco Sidnei França destaca a importância de resgatar personagens inspiradores e valorizar os saberes e práticas da população negra, em uma narrativa que busca evidenciar a presença viva da cultura afro na região central do Rio de Janeiro.
Outra agremiação que está apostando na temática da afrodescendência é o Salgueiro, com o enredo “Salgueiro de Corpo Fechado”. O carnavalesco Jorge Silveira pretende explorar a busca pela proteção espiritual e trazer à tona rituais ligados às tradições afro-brasileiras, em uma abordagem que valoriza a ancestralidade presente na escola de samba.
A presença de enredos que ressaltam a resistência cultural e histórica do povo negro no carnaval carioca é celebrada por especialistas, como o babalawô Ivanir dos Santos. Ele destaca a importância dessas narrativas em um contexto de intolerância religiosa e racismo, lembrando que as escolas de samba têm raízes nas resistências culturais e espirituais dos seus fundadores.
Além das escolas de samba que abordarão temas ligados à negritude, outras agremiações também anunciaram enredos significativos para o carnaval de 2025. A Beija-Flor de Nilópolis prestará homenagem a Laíla, referência no carnaval carioca, enquanto a Acadêmicos do Grande Rio celebrará o estado do Pará.
Com tantas escolas de samba comprometidas em contar histórias de luta, superação e resiliência, o carnaval do Rio de Janeiro se consolida como um espaço importante para promover a diversidade e a valorização da cultura afro-brasileira. Este cenário reflete não apenas a criatividade e o talento dos carnavalescos, mas também a necessidade de reconhecer e celebrar a história e as contribuições do povo negro para a construção da identidade brasileira.