Segundo relatos dos manifestantes, os policiais invadiram o prédio na Rua Guaianazes, abrindo várias portas de apartamentos até chegarem à residência de Talla. Diante da situação, o senegalês teria tentado fugir pela janela ao perceber a presença policial, resultando em sua queda fatal. A antropóloga Amanda Amparo, presente no ato, destacou que os senegaleses já vinham sofrendo perseguições por parte da polícia há semanas, e que a morte de Talla não deve ser tratada de forma isolada, mas como parte de um padrão de opressão vivenciado pela comunidade.
A Secretaria de Segurança Pública (SSP) emitiu uma nota alegando que os policiais estavam patrulhando a região devido a relatos de comércio de celulares roubados no prédio em que ocorreu a tragédia. Um homem foi detido após desobedecer a ordem de parada dos policiais, e outro tentou fugir pulando pela marquise, resultando em sua morte. O caso foi registrado como receptação, desobediência e morte acidental no 2° Distrito Policial.
O advogado especialista em direitos humanos Alisson Santos destacou que a criminalização dos imigrantes viola direitos fundamentais e contribui para a marginalização e estigmatização de grupos vulneráveis. Ele ressaltou a importância de políticas antidiscriminatórias e o acesso à Justiça para garantir os direitos da população migrante, enfatizando a necessidade de combater o racismo estrutural que afeta os imigrantes africanos e outras comunidades racializadas.
Em meio à indignação dos manifestantes e às críticas contra a atuação policial, o caso de Talla Mbaye representa um triste reflexo de questões mais amplas de desigualdade, discriminação e violação de direitos que precisam ser enfrentadas e superadas para promover uma sociedade mais justa e inclusiva para todos.