De acordo com os pesquisadores do Instituto Escolhas e da Cátedra Josué de Castro de Sistemas Alimentares Saudáveis e Sustentáveis, da Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, a Organização Mundial da Saúde recomenda a ingestão diária de 400 gramas de frutas, legumes e verduras para manter a saúde em dia. No entanto, apenas 19% dos alimentos adquiridos pelos domicílios correspondem a essa categoria em 2018, de acordo com dados da Vigitel Brasil 2023, do Ministério da Saúde.
A substituição de alimentos saudáveis por ultraprocessados preocupa órgãos como o Conselho Nacional de Saúde, que defende o aumento da carga de tributos sobre esses produtos. O aumento significativo dos preços dos alimentos saudáveis em comparação aos ultraprocessados ao longo dos anos tem impactado a saúde da população, contribuindo para o sobrepeso, a obesidade e o desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis.
Uma das soluções apontadas pelos pesquisadores é estimular a produção local de alimentos saudáveis, reduzindo custos de transporte e comercialização e incentivando a venda direta dos agricultores aos consumidores. Estimativas do Instituto Escolhas mostram que cidades como São Paulo, Belém, Curitiba, Rio de Janeiro e Recife teriam potencial para abastecer milhões de pessoas com legumes e verduras anualmente, caso iniciativas nesse sentido fossem implementadas.
Em resumo, a melhoria da alimentação da população passa pela promoção de uma dieta equilibrada, com maior consumo de alimentos frescos e naturais, e pela valorização da produção local. A conscientização sobre os impactos da má alimentação na saúde e o estímulo à mudança de hábitos alimentares são essenciais para garantir uma vida saudável para a população brasileira.
