Sob o governo Lula, o Brasil tem defendido o protagonismo do “Sul Global” como parte fundamental para a solução das principais crises mundiais. Como parte dessa estratégia, o Brasil tem ampliado suas relações comerciais com a Rússia, mesmo em meio às sanções impostas pelo Ocidente devido à guerra na Ucrânia. Essa postura é vista como arriscada, especialmente em um cenário de crescente divisão entre os EUA e o polo China-Rússia.
O assessor especial reforçou a importância de instituições multilaterais fortes para garantir uma multipolaridade pacífica e sustentou a tese de que enfrentamos uma escolha dramática entre conflitos e desigualdades ou paz e prosperidade baseada em uma governança justa e eficiente. O presidente russo, Vladimir Putin, também compartilhou a visão de uma nova ordem internacional multipolar alinhada aos interesses da maioria das nações.
Durante a cúpula de segurança, Amorim se encontrou com o secretário do Conselho de Segurança da Rússia para discutir a interação entre Brasil e Rússia nos contextos multilaterais e reforçar os laços entre os dois países. Essa foi a segunda visita de Amorim à Rússia como assessor especial do governo Lula 3, seguindo uma viagem discreta realizada há cerca de um ano para tratar da mediação na guerra.
Além da defesa da multipolaridade e do Sul Global, Amorim também abordou os riscos das novas tecnologias, destacando o uso da Inteligência Artificial na guerra em Gaza como exemplo. Ao longo de sua participação na reunião, o assessor especial enfatizou a importância de uma governança internacional justa e eficiente para garantir a paz e a prosperidade globais.