CCJ da Câmara dos Deputados aprova projeto que concede poder aos estados para flexibilizar regras de porte de armas, desagradando governo Lula.

Na tarde desta quarta-feira (24), a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei complementar que concede poderes aos estados para formular leis e flexibilizar as atuais regras de porte de armas. A autoria do projeto é da presidente da comissão, deputada Caroline de Toni (PL-SC), e vai de encontro ao entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o porte de armas.

O projeto, apresentado em 2023, gerou controvérsias e mobilizações entre os líderes governistas e membros do governo petista, visto que vai de encontro às decisões recentes que restringiram o acesso a armas no país. Mesmo com tentativas de adiamento da votação, o projeto foi aprovado com 34 votos favoráveis e 30 contrários, em uma votação apertada.

A proposta concede aos estados a competência para legislar sobre temas relacionados ao porte e posse de armas de fogo, voltados tanto para defesa pessoal quanto para práticas esportivas e controle da fauna. Além disso, determina que as autorizações concedidas valem somente no território da própria unidade da federação e que o estado deverá editar as normas relacionadas às armas de fogo.

O projeto também vem em meio a ações no STF contra leis estaduais e municipais sobre o porte de armas, com pedidos de invalidez assinados pelo presidente Lula e pelo advogado-geral da União. Na CCJ, parlamentares governistas criticaram o projeto, alegando inconstitucionalidade, e se queixaram da condução da comissão nas últimas semanas. Já membros da oposição defenderam a matéria e criticaram as medidas do governo que restringiram o acesso a armas.

A discussão sobre o projeto promete se estender no plenário da Câmara, onde o texto ainda precisa ser analisado. A votação na CCJ foi marcada por um embate ideológico entre os parlamentares, refletindo a polarização política em torno do tema do porte de armas no Brasil. A sociedade aguarda os próximos desdobramentos desse projeto controverso que pode impactar diretamente na segurança pública do país.

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