O diretor Pedro Asbeg, em uma série documental produzida pela Netflix, trouxe à tona os detalhes dessa tragédia e expôs a negligência e o descaso por parte da direção do Flamengo. A série, intitulada “Ninho: Futebol e Tragédia”, mergulhou na dor coletiva das famílias das vítimas e na dor solitária de quem acompanhou de perto os desdobramentos desse fatídico incidente.
Em uma entrevista, Asbeg revelou que a intenção da série foi também abordar a desigualdade presente no universo do futebol. Os dirigentes, em sua maioria brancos e ricos, tratam os jovens atletas, em sua maioria negros e pobres, como mercadorias de pouco valor. As condições precárias do alojamento dos jogadores evidenciaram a falta de investimento na segurança e no bem-estar desses jovens.
A ausência de manifestações de condolências por parte da diretoria do Flamengo contrastou com a sensibilidade demonstrada por outros clubes, como o Fluminense, que enviou uma carta emocionante à família de uma das vítimas. Esse silêncio institucional reflete a insensibilidade e o descaso daqueles que tinham o dever de zelar pela segurança e pelo futuro desses jovens talentos.
Cinco anos após a tragédia, a falta de responsabilização dos envolvidos no incêndio prolonga o luto das famílias das vítimas. O apagamento forçado da história, a falta de memória e de homenagens aos jovens falecidos evidenciam a dor profunda que ainda ecoa nos corações de todos aqueles que se sensibilizaram com essa tragédia.
A série documental de Pedro Asbeg tornou-se um lembrete permanente dessa terrível perda e uma forma de manter a memória viva desses jovens atletas que tiveram seus sonhos interrompidos de maneira precoce e injusta. O Flamengo, além de um clube de futebol, é também um local marcado por uma tragédia que nunca deve ser esquecida.