O presidente da CPI, senador Omar Aziz (PSD-AM), questionou veementemente o valor investido no hospital, considerando-o absurdo. Aziz, que possui experiência na construção de unidades hospitalares, afirmou que o custo de R$ 260 milhões para um hospital com pouco mais de cem leitos é inaceitável. Segundo ele, a atenção básica é responsabilidade do município, mas a compra de um hospital de alta complexidade implica em custos anuais muito altos, que não condizem com a realidade de mercado.
Outro senador, Otto Alencar (PSD-BA), também criticou os valores apresentados, considerando-os muito elevados. Alencar, que é médico e ex-secretário de saúde, comparou o custo do hospital de Maceió com outro de alta complexidade na Bahia, onde a estrutura custou cerca de R$ 60 milhões. Diante disso, levantou-se a possibilidade de que haja um superfaturamento na transação.
Além disso, houve questionamentos sobre a falta de consulta à comunidade antes da aquisição do hospital, visto que os recursos utilizados eram provenientes da indenização da Braskem. O relator da CPI, senador Rogério Carvalho (PT-SE), pediu esclarecimentos sobre o destino dos demais recursos recebidos pela prefeitura e solicitou que a gestão municipal notifique a mineradora para corrigir possíveis discrepâncias nos acordos.
Em meio a essa investigação, o procurador-geral de Maceió afirmou que os documentos referentes à ação da Braskem na cidade estão disponíveis online e que um processo de investigação de superfaturamento foi arquivado pelo Ministério Público. No entanto, os senadores permanecem atentos e exigem transparência nas ações envolvendo o dinheiro da indenização. A CPI prometeu continuar as averiguações e cobrar respostas claras da prefeitura e da Braskem sobre o caso.