Josefa de Souza Mathias, com 58 anos na época, apresentou-se como companheira do falecido Laércio Della Colleta, ex-servidor estadual. Ela foi investigada por tentativa de furto mediante fraude e vilipêndio de cadáver. Assim como Érika de Souza Vieira Nunes, que foi recentemente presa por um caso semelhante no Rio de Janeiro.
O caso de Campinas envolveu a ida de Josefa a uma agência bancária do Banco do Brasil para cadastrar uma senha e movimentar a conta do idoso sem a devida procuração. A mulher levou o companheiro até o local em uma cadeira de rodas, alegando que ele chegou vivo ao banco. No entanto, os laudos necroscópicos revelaram que a morte havia ocorrido horas antes da visita ao banco, por causas naturais.
Uma investigação foi aberta e vizinhos do casal testemunharam que o homem ainda estava vivo em casa antes de ser levado ao banco. Apesar de debilitado, Josefa se recusou a aceitar ajuda dos vizinhos e negou o atendimento do Samu. O Ministério Público solicitou o arquivamento do inquérito em fevereiro de 2021, alegando que, embora reprovável, a conduta da mulher não caracterizava um crime contra o respeito aos mortos.
Com o arquivamento do caso, Josefa buscou na Justiça o reconhecimento do direito à pensão por morte de seu companheiro. Em agosto de 2023, ela obteve uma decisão favorável, com direito ao pagamento retroativo dos valores devidos desde a morte de Laércio. A advogada de Josefa considerou a decisão justa e perfeita, destacando que seria impossível concretizar o crime de furto mediante fraude com um falecido.