Estudo revela relação entre crimes ambientais e violência contra jornalistas na Amazônia em relatório do Instituto Vladimir Herzog.

A violência contra jornalistas na região amazônica tem sido um tema preocupante e que merece atenção da sociedade. O lançamento do estudo “Fronteiras da Informação – Relatório sobre jornalismo e violência na Amazônia” pelo Instituto Vladimir Herzog (IVH) em Belém teve como objetivo alertar a população sobre a relação entre crimes ambientais e agressões contra comunicadores.

Segundo dados da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), nos últimos dez anos, foram registrados 230 casos de violência contra jornalistas e a liberdade de imprensa nos nove estados da Amazônia Legal. O Pará foi apontado como o estado mais violento para repórteres na região, com 89 casos registrados em uma década, seguido por Amazonas, Mato Grosso e Rondônia.

Um dos casos mais emblemáticos e chocantes foi o assassinato do jornalista inglês Dom Phillips e do indigenista Bruno Pereira em 2022, no Vale do Javari, no Amazonas. Esse acontecimento trágico fez com que o IVH se dedicasse ainda mais à proteção de jornalistas na região amazônica, recebendo um volume maior de denúncias nos últimos anos.

O relatório traz relatos impactantes que mostram a ligação direta entre a violência contra jornalistas e comunicadores e as investigações sobre crimes ambientais na Amazônia. Além disso, em anos eleitorais como em 2022, houve um aumento significativo nos casos de agressões contra profissionais da imprensa na região.

O coordenador de Jornalismo e Liberdade de Expressão do IVH, Giuliano Galli, destacou a importância de se adotar medidas e políticas públicas de proteção aos jornalistas e comunicadores na Amazônia, principalmente diante do cenário perigoso no Vale do Javari. O relatório aponta a relação de atividades ilegais, como garimpo, mineração e ocupação de territórios indígenas, como fatores que contribuem para a violência nessa região.

É fundamental que a sociedade e as autoridades estejam atentas a essa realidade, buscando formas de garantir a segurança e a liberdade de expressão dos jornalistas que atuam na Amazônia, bem como de todos os defensores dos direitos humanos. A proteção desses profissionais é essencial para a preservação da democracia e para o combate efetivo dos crimes ambientais na região.

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