Os críticos alegam que a cena reforça o preconceito contra uma linhagem de Exus, sendo considerada apologia à intolerância religiosa. No entanto, a artista se manifestou dizendo que as imagens fazem parte de um filme de três minutos dirigido por Ana Julia Theodoro, que retrata denúncias sobre um cotidiano marcado por pobreza, violência e preconceito nas franjas mais pobres do Rio de Janeiro.
Embora Ludmilla tenha feito um discurso em defesa das liberdades individuais no início de sua apresentação, a controvérsia em torno das projeções acabou ofuscando sua mensagem. A cantora, que é preta e lésbica, já foi vítima de racismo e homofobia, e costuma se posicionar sobre essas questões em suas músicas e aparições públicas.
O episódio suscitou debates sobre a liberdade de expressão e a censura artística, com críticas direcionadas àqueles que tentam tutelar artistas e impor limites à sua criatividade. Para muitos, a reação exagerada à performance de Ludmilla no Coachella revela uma falta de compreensão sobre expressão artística e um viés autoritário que permeia até mesmo os círculos progressistas.
Em meio a isso, a esquerda se vê fragmentada e em conflito, com divergências sobre o alcance da liberdade de expressão e a necessidade de respeitar a pluralidade de pensamentos. O cancelamento e a censura, mesmo quando supostamente justificados por questões de sensibilidade e inclusão, levantam questionamentos sobre os limites da tolerância e a necessidade de promover um debate saudável e aberto na sociedade contemporânea.