Além disso, relatos de outras jovens, de 14 anos, que também se tornaram mães precocemente, ilustram a dura realidade vivida por muitas famílias no arquipélago. A falta de políticas públicas eficientes e de acesso aos serviços básicos de saúde agrava a situação, tornando essas violações de direitos ainda mais pungentes.
A pobreza extrema que assola a região e a ausência de estruturas de assistência e suporte familiar contribuem para a perpetuação desse cenário de vulnerabilidade e violência. O abuso sexual, muitas vezes praticado por familiares ou homens adultos, é uma triste realidade enfrentada por crianças e adolescentes locais, que muitas vezes sofrem em silêncio, sem ter a quem recorrer.
O trabalho das instituições de proteção à infância e adolescência, como o Conselho Tutelar e o Centro de Referência Especializado de Assistência Social (Creas) de Breves, é fundamental para tentar minimizar os impactos dessas situações dramáticas. No entanto, a falta de recursos e a dificuldade de acesso às comunidades mais remotas tornam o enfrentamento a essas violações um desafio diário para esses profissionais.
Diante desse panorama desolador, a sociedade civil e as autoridades locais precisam unir esforços para garantir a proteção e a dignidade das crianças e adolescentes do Marajó. A denúncia e o combate efetivo ao abuso e à exploração sexual infantil são urgentes para romper com esse ciclo de violência e garantir um futuro mais justo e seguro para as gerações futuras. A voz desses jovens precisa ser ouvida e suas vidas protegidas.