O ambiente era pequeno, com apenas uma cama e uma mesinha, mas o perigo estava presente. O agressor pediu para Nina se sentar ao seu lado na cama, enquanto uma câmera com uma luz vermelha piscando captava tudo o que estava acontecendo. Mesmo sem compreender completamente a situação, Nina pôde sentir que estava em perigo.
O homem avançou sobre Nina, agarrando seus seios e tentando beijá-la à força. A menina conseguiu se debater e tentar fugir, o que resultou numa luta entre os dois. Em um momento de coragem, Nina gritou para o agressor, chamando-o de “velho impotente que precisa estuprar crianças”. Esse ato desconcertou o homem, que acabou destrancando a porta e permitindo que Nina fugisse.
O relato desse episódio chocante faz parte do posfácio da história em quadrinhos “Bezimena”, criada pela artista sérvia Nina Bunjevac. A obra aborda o trauma vivido pela autora e a culpa que carregou por não ter alertado outras meninas sobre o perigo que enfrentou.
A história de Nina Bunjevac serve como um alerta sobre a cultura do estupro, que ainda permeia a sociedade. O silêncio e a vergonha muitas vezes impedem as vítimas de denunciarem seus agressores, o que perpetua a impunidade. É essencial falar abertamente sobre o assunto e orientar as jovens sobre os perigos do mundo patriarcal em que vivemos.
O talento da quadrinista em transformar sua experiência traumática em arte é admirável, mostrando como a expressão artística pode ser uma ferramenta de cura. É importante que histórias como a de Nina Bunjevac sejam compartilhadas para conscientizar a sociedade sobre a importância de combater a violência sexual e proteger as vítimas.