Descobrimento do Brasil em 22 de abril de 1500 revela segredos históricos guardados por séculos

No dia 22 de abril de 1500, os colonizadores portugueses aportaram pela primeira vez no território brasileiro, revelando um marco histórico que só começou a ser conhecido publicamente no início do século 19. Até então, acreditava-se que a data correta da descoberta do Brasil era 3 de maio de 1500. Essa confusão histórica foi provocada pelo sigilo estatal imposto pela monarquia portuguesa, pela influência da liturgia católica e pelas reviravoltas das guerras napoleônicas.

A certidão de nascimento do Brasil foi a carta escrita por Pero Vaz de Caminha, integrante da comitiva de Pedro Álvares Cabral, para informar ao rei dom Manuel 1º o achamento de novas terras. Caminha descreve com detalhes a chegada à costa brasileira, relatando avistamentos de terra, aves e montes. A cronologia dos eventos apresentada na carta deixou claro que a chegada dos portugueses ocorreu em 22 de abril de 1500.

Mesmo com a carta disponível, a monarquia portuguesa manteve o documento em sigilo, evitando divulgações para proteger os interesses territoriais e comerciais. Apenas em 1817, a verdadeira data da descoberta veio à tona graças ao padre Manuel Aires de Casal, que publicou o conteúdo da carta em seu livro ‘Corografia Brazilica’. Essa revelação alterou a percepção histórica e oficializou o dia 22 de abril como o marco da chegada dos colonizadores ao Brasil.

A mudança da data tradicional, 3 de maio, para 22 de abril, evidencia a dinâmica da história, que está sempre em constante revisão e reinterpretada à luz de novas descobertas. Além disso, a valorização da descoberta e colonização do Brasil impulsionou a criação de uma identidade nacional e fortaleceu a posição de Portugal no cenário internacional pós-napoleônico. A revisão histórica provocada pela divulgação da carta de Caminha reforçou a importância da memória e dos registros documentais na construção da narrativa histórica de um país.

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