Nos últimos anos, gangues ligadas ao tráfico de cocaína têm se expandido pela América Latina, transformando nações outrora pacíficas, como o Equador, em territórios dominados pelos cartéis. Em janeiro, a violência ganhou destaque internacional quando homens armados invadiram uma transmissão de televisão ao vivo e funcionários prisionais foram feitos reféns.
As medidas de segurança em discussão no referendo incluem o apoio para que militares patrulhem em conjunto com a polícia, a extradição de criminosos acusados e o aumento das penas para crimes como terrorismo e homicídio, entre outras propostas. Cinco das medidas propostas modificariam a Constituição equatoriana, caso sejam aprovadas.
Embora pesquisas recentes realizadas por empresas como Cedatos e Comunicaliza sugiram que os eleitores estão tendendo a apoiar Noboa, os cortes de energia ordenados pelo presidente podem abalar a confiança da população. A Consultoria Click Research avalia que a situação energética atual pode impactar significativamente o resultado do referendo.
Além das questões relacionadas à segurança, o referendo também aborda mudanças econômicas propostas por Noboa, como a possibilidade de contratação de trabalhadores por hora, medida criticada pela oposição. Investidores no Equador demonstram apoio às políticas de segurança do presidente, que buscam trazer estabilidade ao país após períodos de instabilidade ligados à violência.
Em meio à crise energética declarada devido aos baixos níveis dos reservatórios causados pelo fenômeno climático El Niño, o governo equatoriano enfrenta desafios tanto na área de segurança quanto no setor econômico. Noboa, que assumiu a presidência em novembro, já vislumbra a possibilidade de tentar a reeleição em 2025, caso consiga conquistar a confiança da população e implementar com sucesso as medidas propostas.