Segundo informações da Secretaria da Segurança Pública (SSP) do estado, o reforço policial foi enviado para combater roubos, furtos, tráfico de drogas e a realização dos chamados “pancadões”, festas que costumam ocorrer de forma irregular nas comunidades.
Moradores relataram a presença da polícia nas ruas próximas à favela, como Ernest Renan, Melchior Giola e Herbert Spencer. A operação aconteceu após um episódio de violência na região, onde um menino de sete anos foi ferido durante um tiroteio entre criminosos e policiais. O garoto foi atingido por um estilhaço de munição enquanto seguia para a escola com a mãe.
Além disso, comerciantes e moradores da região também foram impactados pela presença policial, com ordens para fechamento de estabelecimentos. Na noite anterior, membros da comunidade se reuniram para pedir paz, em meio à tensão provocada pela aproximação das equipes policiais.
A ação da polícia ocorreu nas proximidades de onde acontecia o baile funk da DZ7, local conhecido por incidentes violentos no passado. Em dezembro de 2019, uma operação policial durante um evento na favela resultou em nove mortes e mais de uma dezena de feridos, gerando controversas versões sobre o que realmente aconteceu naquela ocasião.
Enquanto a versão oficial aponta para uma perseguição policial seguida de confronto com frequentadores do baile, parentes das vítimas e feridos contestam essa narrativa, alegando que a ação dos policiais foi desproporcional e visa eliminar os eventos culturais da região.
O Ministério Público denunciou 13 agentes sob a acusação de homicídio doloso, porém, todos respondem em liberdade aguardando decisão judicial sobre a possibilidade de irem a júri popular. A comunidade de Paraisópolis ainda aguarda respostas sobre o desfecho das investigações e busca por justiça em relação aos eventos trágicos ocorridos na favela.