A observação de Lévi-Strauss ganha contornos reais quando nos deparamos com a arquitetura e o urbanismo da capital paulista. A incessante busca por lucro e desenvolvimento tem levado à demolição de antigos prédios que um dia foram símbolos de glória e encantamento, substituídos por arranha-céus impessoais que abrigam pequenos apartamentos de 30 metros quadrados. A história da cidade se vê ameaçada diariamente pela voracidade imobiliária, que não hesita em apagar as memórias e as marcas do passado em nome do progresso.
Nesse cenário de constante transformação, São Paulo se reinventa a cada dia, deixando para trás sua história e identidade em prol de uma visão futurista e mercadológica. A falta de preservação do patrimônio histórico e cultural revela uma sociedade que muitas vezes negligencia sua própria história em detrimento do lucro imediato.
É importante refletir sobre o impacto desse processo acelerado de urbanização e renovação na cidade, que muitas vezes despreza a importância de preservar a memória e os vestígios do passado. A destruição constante do patrimônio arquitetônico e histórico de São Paulo nos faz questionar qual legado deixaremos para as futuras gerações e como podemos garantir a sustentabilidade e a preservação de nossa identidade cultural em meio a um contexto de intensas mudanças e transformações.