Integrantes de órgãos de inteligência, delegados das polícias Civil e Federal e advogados confirmaram a existência do racha dentro da facção criminosa. O conflito teve início em fevereiro, quando uma mensagem interceptada indicava a exclusão de Marcola do PCC e o decreto de sua morte por supostamente ter delatado colegas. Marcola sempre negou ser chefe ou membro do PCC, mas as investigações apontam o contrário.
Na liderança dos rebeldes estão Roberto Soriano, conhecido como Tiriça, Abel Pacheco de Andrade, o Vida Loka, e Wanderson Nilton de Paula Lima, o Andinho, todos presos no sistema federal. O motivo da discórdia teria sido uma conversa entre Marcola e um funcionário da Penitenciária Federal de Porto Velho, em julho de 2022, onde se insinuou que Soriano agia contra agentes.
A resposta da cúpula do PCC à rebelião dos três membros foi rápida e contundente, afirmando que não houve delação por parte de Marcola, apenas uma conversa entre criminoso e polícia. Os órgãos de inteligência descartaram a possibilidade de contrainformação para desviar a atenção de um suposto plano de resgate em curso.
Apesar da divisão interna, Marcola ainda mantém prestígio entre os presos, mas a guerra interna pode enfraquecer consideravelmente sua liderança após duas décadas no poder. A existência do racha foi confirmada por advogados dos envolvidos, que negam a criação de uma possível nova facção ou ligação com o Comando Vermelho.
A história do PCC é marcada por disputas sangrentas entre lideranças, e a potencial destituição de Marcola do comando pode significar uma mudança no perfil da facção, tornando-a ainda mais violenta. A facção precisa lidar com essa crise interna que pode impactar significativamente suas operações.