Presidente do BC aponta incerteza econômica internacional como desafio e afirma que autoridade só intervirá no câmbio em caso de mau funcionamento dos mercados

A incerteza econômica internacional tem sido motivo de preocupação nas últimas semanas e está dificultando a capacidade do Banco Central em prever os desdobramentos da crise. Em uma entrevista coletiva realizada nesta quinta-feira (18), o presidente do BC, Roberto Campos Neto, juntamente com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou que a autoridade monetária só irá intervir no câmbio em caso de mau funcionamento dos mercados.

Campos Neto ressaltou a importância do câmbio flutuante como um absorvedor de choques econômicos externos e afirmou que a intervenção contra algo estrutural pode gerar distorções em outras variáveis macroeconômicas. Segundo ele, atualmente existem três cenários possíveis: o prolongamento da incerteza, o retorno à normalidade após algumas semanas e uma continuidade da turbulência externa que exija uma revisão das estimativas econômicas pelo mercado.

O presidente do BC enfatizou que o Brasil possui contas externas sólidas e está em uma situação menos frágil em comparação com outros países emergentes devido ao alto volume de dólares entrando no país através das exportações. Já o ministro da Fazenda destacou que a mudança na rota do Federal Reserve pegou o mercado de surpresa, afetando as expectativas em relação à queda dos juros nos Estados Unidos.

Em relação à Taxa Selic, Campos Neto afirmou que a decisão do Copom dependerá do nível de incerteza na economia global e que a reprecificação em curso dificulta antecipar as próximas ações. A expectativa dos investidores em relação à redução da taxa de juros no Brasil também tem sido impactada pela recente valorização do dólar.

No mercado financeiro, o dólar comercial encerrou o dia cotado a R$ 5,25, apresentando uma pequena alta de 0,12%. Já a bolsa de valores de São Paulo fechou o dia com uma leve alta de 0,02%, após um período de instabilidade. A situação econômica internacional continua sendo monitorada de perto pelas autoridades brasileiras, que buscam manter a estabilidade e reagir adequadamente aos desafios impostos pela crise.

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