Repórter São Paulo – SP – Brasil

Parente de idoso é presa suspeita de vilipêndio de cadáver ao levá-lo a banco para sacar empréstimo após sua morte.

Na tarde da última terça-feira, um mototaxista prestou depoimento à polícia relatando o auxílio dado a Paulo Roberto Braga, 68 anos, que foi retirado de casa por uma parente e colocado em um carro de aplicativo com o intuito de ir a uma agência bancária em Bangu, zona oeste do Rio de Janeiro. Segundo o mototaxista, Braga estava debilitado, porém respirava e tinha força nas mãos.

A parente de Braga, identificada como Erika Nunes, tinha como objetivo sacar um empréstimo de R$ 17 mil. No entanto, ao chegar na agência, descobriu-se que o idoso estava morto. Diante dessa situação, Erika foi detida em flagrante sob suspeita de vilipêndio de cadáver e fraude. A defesa de Erika negou veementemente as acusações de ter levado o idoso já falecido à agência.

Essa não foi a primeira testemunha a afirmar que Braga estava vivo antes de ser filmado sem reação na agência. O motorista de aplicativo que os transportou até o shopping próximo ao banco também declarou que o idoso chegou a segurar na porta do carro, demonstrando que ainda tinha forças.

O mototaxista que auxiliou Erika relatou que conhecia a parente do idoso, pois ela morava na mesma rua que ele. Segundo o depoimento, Braga havia sido hospitalizado por pneumonia no dia 8, recebendo alta no dia 15, véspera de seu falecimento. Erika, embora se apresentasse como sobrinha do idoso, seria prima dele, de acordo com documentos apresentados à polícia.

Durante o depoimento, o mototaxista descreveu como ajudou a transportar Braga para o carro de aplicativo a pedido de Erika. Ele relatou que, ao pegar o idoso, percebeu que ele ainda estava respirando e tinha forças nas mãos. Após esse incidente, ele soube da morte de Braga pelas redes sociais.

Ainda de acordo com relatos, o motorista de aplicativo que os levou até o shopping testemunhou a dificuldade de locomoção de Braga, auxiliado por Erika. Ele descreveu a cena em que a parente de Braga foi buscar uma cadeira de rodas para conseguir transportá-lo mais facilmente.

O laudo do Instituto Médico Legal apontou que Braga faleceu entre 11h30 e 14h da terça-feira, porém não é possível determinar se ele veio a falecer antes de chegar à agência bancária ou enquanto estava no local. O delegado responsável pelo caso afirmou que, independente do momento da morte, o comportamento de Erika caracterizava fraude, uma vez que ela insistia no empréstimo mesmo diante da falta de resposta dos estímulos de Braga.

Em seu depoimento, Erika alegou estar sob efeitos de medicamentos, o que teria afetado seus reflexos e controle dos sentidos. O caso segue em investigação para esclarecer os fatos e responsabilidades envolvidas nessa trágica situação.

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