Moradores de Paraisópolis pedem paz e denunciam ações violentas da Polícia Militar em manifestação na favela

Na tarde desta quinta-feira, moradores de Paraisópolis se reuniram no coração da favela, no cruzamento das ruas Ernest Renan e Melchior Gaiola, para protestar contra a violência policial e pedir paz. O motivo do ato foi o caso de um menino de sete anos que foi baleado no rosto na manhã de quarta-feira enquanto seguia para a escola com a mãe. A causa do ferimento no supercílio ainda não foi esclarecida, mas a suspeita é de que tenha sido causado por estilhaços de munição.

O protesto, que teve início por volta das 17h, tinha como objetivo uma caminhada até o Palácio dos Bandeirantes, sede do Executivo paulista, vizinho à favela. No entanto, a marcha foi suspensa após a gestão de Tarcísio de Freitas, do partido Republicanos, agendar um encontro com lideranças da comunidade para a próxima segunda-feira.

O líder comunitário Gilson Rodrigues afirmou que a comunidade não deseja guerra e criticou a falta de organização por parte da polícia nas ações realizadas na favela. Paraisópolis conta com 22 mil moradores matriculados em 14 escolas, sendo que somente no entorno do coração da favela há quatro colégios que atendem cerca de 7.000 pessoas.

Durante o protesto, os manifestantes pediram justiça e o fim da violência nas favelas do Brasil. O ouvidor das polícias de São Paulo, Claudio Aparecido, classificou a operação policial como “desastrosa” e criticou a falta de precaução da PM ao realizar a ação em um horário de grande movimentação de pessoas nas ruas.

O advogado responsável pela defesa do menino baleado afirmou que a ação policial foi ilegal e criminosa, e criticou o prazo dado para a divulgação das imagens das câmeras corporais dos policiais envolvidos, que só serão liberadas após a conclusão do inquérito. Ele classificou essa atitude como uma tentativa de “esfriar o assunto” e evitar a responsabilização dos agentes.

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