De acordo com a narrativa da Polícia Militar, a criança não teria sido ferida por um disparo efetuado por seus agentes, que estavam trocando tiros com criminosos no momento em que mãe e filho estavam passando pela Rua Ernest Renan. No entanto, moradores locais afirmaram que os policiais recolheram estojos de munição do chão após o incidente, levantando suspeitas de que estavam tentando ocultar provas que ligassem o tiro ao armamento da corporação.
A sugestão feita por Rodrigues, de permitir que outras entidades investiguem denúncias contra policiais, tem ganhado apoio nas redes sociais como uma possível forma de coibir abusos policiais em comunidades periféricas. Além disso, as postagens frequentemente pedem a desmilitarização das polícias como uma medida necessária.
Durante uma entrevista coletiva, a Polícia Militar alegou que os agentes estavam auxiliando no trabalho pericial ao indicar o local onde o projétil foi encontrado e confirmou que os policiais envolvidos não serão afastados de suas funções. No entanto, a comunidade de Paraisópolis, bem como outros defensores dos direitos humanos, questionam a transparência e a justiça das investigações conduzidas pela própria instituição policial.
O advogado que representa a família do menino ferido informou que o garoto continua hospitalizado e passará por exames adicionais. A família está considerando tomar medidas judiciais contra o Estado, mas por enquanto, aguardam os resultados dos exames médicos para avaliar os próximos passos. Esta não é a primeira vez que Paraisópolis é palco de conflitos entre a comunidade e as forças de segurança, e a necessidade de reformas no sistema policial é cada vez mais evidente para evitar tragédias futuras.