Estaleiros brasileiros enfrentam desafios com falta de demanda de projetos navais, aponta levantamento do Instituto Brasileiro do Petróleo

Um levantamento realizado pelo Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP) revelou a situação de 48 estaleiros brasileiros, com dados preocupantes sobre a indústria naval do país. De acordo com o IBP, seis estaleiros estão desativados, enquanto nove estaleiros ativos não têm demanda de projetos navais no momento.

Entre os estaleiros em situação de inatividade, destacam-se os dois maiores do Brasil: Enseada, na Bahia, e o Atlântico Sul, em Pernambuco. Juntos, eles possuem uma capacidade de processamento de mais de 200 mil toneladas de aço por ano, representando 40% da capacidade instalada na indústria naval brasileira.

Além desses, o estaleiro QGI, localizado no Rio Grande do Norte, e o Brasa, no Rio de Janeiro, também estão sem demanda, conforme apontado pelo IBP. A Petrobras, principal operadora petrolífera do país, teve participação na elaboração do levantamento, ressaltando sua responsabilidade como o principal pilar da demanda naval no Brasil.

O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, enfatizou a importância da indústria naval, destacando a necessidade contínua de embarcações para diversas finalidades, como apoio às usinas eólicas offshore e transporte de passageiros. Ele defendeu a modernização e o apoio financeiro do governo para estimular a indústria naval, incluindo a criação de um Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) do Mar.

O mapeamento realizado também apontou que cinco estaleiros atendem a projetos da Petrobras, incluindo a produção de módulos de plataformas petrolíferas. Prates mencionou a expectativa de construção de novas plataformas, além de projetos de embarcações de apoio que serão contratadas em breve pela estatal.

Diante desse cenário, o presidente da Petrobras ressaltou a importância de fomentar a indústria naval brasileira e de criar condições favoráveis para o financiamento de novos projetos. A expectativa é de que, com apoio do governo e dos agentes financeiros, seja possível impulsionar o setor naval e garantir o desenvolvimento da indústria no país.

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