No total, 13 investigados foram presos e mais de 40 endereços foram vasculhados. As licitações suspeitas envolvem contratos celebrados em várias cidades, incluindo Guarulhos, São Paulo, Ferraz de Vasconcelos, Cubatão, Arujá, Santa Isabel, Poá, Jaguariúna, Guarujá, Sorocaba, Buri e Itatiba. Os vereadores detidos foram identificados como Flávio Batista de Souza, do Podemos, de Ferraz; Luiz Carlos Alves Dias, do MDB, de Santa Isabel; e Ricardo Queixão, do PSD, de Cubatão.
Durante as buscas, foram apreendidos 22 celulares, 22 computadores, quatro armas de fogo, R$ 3,5 milhões em cheques, R$ 600 mil em espécie e US$ 8,7 mil. As ações foram autorizadas pela 5ª Vara Criminal de Guarulhos, na Grande São Paulo.
As defesas dos presos ainda não se manifestaram publicamente. A Casa de Santa Isabel informou que está colaborando com as investigações e aguarda novos desdobramentos. O grupo investigado utilizava empresas controladas por integrantes do PCC ou por laranjas para direcionar contratos e favorecer interesses da facção criminosa.
A investigação aponta para indícios de corrupção sistêmica, com agentes públicos cobrando propinas por meio de transferências Pix para favorecer empresas ligadas ao PCC em prefeituras e Câmaras Municipais. A Promotoria ressaltou a sofisticação das atividades criminosas do PCC, que vão além do tráfico de drogas e crimes violentos.
Além dos vereadores, um advogado que representa um dos líderes do PCC também foi detido. A suspeita é de que ele esteja envolvido em desvios de recursos públicos junto a servidores e políticos. O traficante André do Rap, cliente do advogado, está foragido desde 2020.
As operações realizadas recentemente reforçam a atuação diversificada do PCC e a importância de uma articulação eficaz para combater as atividades criminosas da facção. A investigação continua em andamento para apurar todas as ramificações do esquema de fraude e corrupção envolvendo autoridades e membros do PCC.