Os profissionais da saúde e pais ressaltam a importância do M-CHAT na caderneta por sua capacidade de detectar comportamentos atípicos em crianças, indicando a necessidade de uma observação mais detalhada e possíveis intervenções precoces. Poliana Martins, especialista em autismo precoce, destaca a relevância das perguntas presentes no teste, que vão além das tabelas de desenvolvimento convencionais.
A retirada do M-CHAT da caderneta foi inicialmente justificada pelo secretário de atenção primária à saúde do Ministério da Saúde, Felipe Proenço, como uma forma de priorizar outros conteúdos sobre desenvolvimento infantil. No entanto, após críticas e pressão da sociedade, o Ministério da Saúde se comprometeu a recolocar o teste em uma nova versão da caderneta, que também estará disponível no aplicativo “Meu SUS digital”.
A polêmica tomou conta das discussões não só pela exclusão do teste, mas também pela divulgação de uma informação errada pelo governo federal. No Dia Mundial da Conscientização do Autismo, o Ministério da Saúde afirmou que o diagnóstico da condição só poderia ser feito a partir dos 3 anos de idade, o que contraria as evidências científicas e a importância da intervenção precoce no autismo.
Poliana Martins ressalta a gravidade desse equívoco, pois ele pode impactar diretamente o acesso das famílias ao tratamento adequado. Após questionamentos, o Ministério da Saúde admitiu o erro e removeu a publicação com a informação incorreta. No entanto, o caso levanta questões sobre a disseminação de informações corretas e a importância do diagnóstico precoce no autismo.