Ministério da Saúde recua e inclui teste de autismo na caderneta da criança após críticas nas redes sociais.

No último dia 5, uma notícia que surpreendeu especialistas em autismo e causou repercussão nas redes sociais foi a exclusão da escala M-CHAT-R da caderneta da criança, lançada pelo Ministério da Saúde. Essa ferramenta de rastreio é amplamente utilizada no Brasil e no mundo para identificar sinais precoces do Transtorno do Espectro Autista (TEA).

Os profissionais da saúde e pais ressaltam a importância do M-CHAT na caderneta por sua capacidade de detectar comportamentos atípicos em crianças, indicando a necessidade de uma observação mais detalhada e possíveis intervenções precoces. Poliana Martins, especialista em autismo precoce, destaca a relevância das perguntas presentes no teste, que vão além das tabelas de desenvolvimento convencionais.

A retirada do M-CHAT da caderneta foi inicialmente justificada pelo secretário de atenção primária à saúde do Ministério da Saúde, Felipe Proenço, como uma forma de priorizar outros conteúdos sobre desenvolvimento infantil. No entanto, após críticas e pressão da sociedade, o Ministério da Saúde se comprometeu a recolocar o teste em uma nova versão da caderneta, que também estará disponível no aplicativo “Meu SUS digital”.

A polêmica tomou conta das discussões não só pela exclusão do teste, mas também pela divulgação de uma informação errada pelo governo federal. No Dia Mundial da Conscientização do Autismo, o Ministério da Saúde afirmou que o diagnóstico da condição só poderia ser feito a partir dos 3 anos de idade, o que contraria as evidências científicas e a importância da intervenção precoce no autismo.

Poliana Martins ressalta a gravidade desse equívoco, pois ele pode impactar diretamente o acesso das famílias ao tratamento adequado. Após questionamentos, o Ministério da Saúde admitiu o erro e removeu a publicação com a informação incorreta. No entanto, o caso levanta questões sobre a disseminação de informações corretas e a importância do diagnóstico precoce no autismo.

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