De acordo com informações obtidas pela Folha, a inteligência artificial será responsável por gerar a primeira versão das aulas, com base nos temas pré-definidos e nas referências concedidas pela secretaria. Em seguida, os professores farão a edição do conteúdo e encaminharão para uma equipe interna, que fará a revisão final.
A Secretaria de Educação confirmou que a ideia é testar o uso da inteligência artificial no terceiro bimestre do ano, do 6º ao 9º ano do ensino fundamental e no ensino médio. A decisão de implementar o ChatGPT foi do próprio secretário de Educação, Renato Feder, visando agilizar a produção do material didático para os 3,5 milhões de alunos da rede estadual.
Até o segundo bimestre deste ano, os professores tinham que entregar quatro aulas por semana. Com a utilização do ChatGPT, esse número passará para pelo menos seis aulas por semana. As aulas digitais foram introduzidas no ano passado e fazem parte da estratégia de Feder para melhorar os indicadores educacionais em São Paulo.
Entretanto, a implementação do material digital não foi isenta de críticas. Foram identificados erros gramaticais, conceituais e atividades inadequadas para cada série. O governo anunciou um recuo parcial em relação à decisão de abrir mão dos livros didáticos impressos, voltando a aderir ao programa nacional para receber os materiais físicos.
Apesar dos desafios enfrentados, a Secretaria de Educação defende que o uso da inteligência artificial na produção das aulas digitais vai aprimorar o trabalho dos professores e enriquecer as explicações de conceitos-chave. A equipe responsável pela produção conta com 90 professores curriculistas, que terão um papel fundamental na revisão e edição do conteúdo gerado pela inteligência artificial.