Senado aprova PEC que criminaliza posse e porte de drogas ilícitas independentemente da quantidade, com distinção entre usuários e traficantes.

Nesta terça-feira (16), o Senado aprovou em dois turnos a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que adiciona à Constituição Federal a criminalização da posse e do porte de qualquer quantidade de droga ilícita. Com 53 votos favoráveis e 9 contrários no primeiro turno, e 52 favoráveis e 9 contrários no segundo turno, a PEC foi proposta pelo presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

De acordo com a PEC, a posse e o porte de drogas sem autorização ou em desacordo com a lei serão considerados crimes, independente da quantidade de entorpecentes. Fica ressaltada a distinção entre traficantes e usuários, sendo que os usuários serão submetidos a penas alternativas à prisão e tratamento contra dependência. Pacheco ressaltou que a proposta não penalizará os usuários com encarceramento e que a utilização de substâncias derivadas de drogas ilícitas para fins medicinais não será afetada.

A PEC vem como resposta ao Supremo Tribunal Federal (STF), que também está analisando a questão do porte de drogas. O julgamento sobre a descriminalização do porte de maconha foi suspenso em março, com 5 votos a favor e 3 contra a descriminalização. O STF avalia a constitucionalidade do Artigo 28 da Lei das Drogas, que prevê penas alternativas para usuários e traficantes.

Após ser aprovada no Senado, a proposta seguirá para a análise da Câmara dos Deputados. A aprovação da PEC no Senado surge em meio a debates acalorados entre os senadores. Alguns parlamentares defendem a proposta como uma forma de proteger a sociedade brasileira, enquanto outros alegam que a mudança ampliará a discriminação contra pessoas vulneráveis e desestimulará os usuários a procurarem tratamento.

Com a aprovação da PEC, o Brasil se movimenta em direção a uma nova abordagem em relação ao uso de drogas ilícitas, buscando diferenciar de forma mais clara os usuários dos traficantes e promovendo alternativas à prisão para aqueles com dependência química. O desfecho final dessa proposta ainda está em aberto e aguarda mais etapas de aprovação para se tornar parte efetiva da legislação brasileira.

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