Reforma de vitrais de artistas brasileiros famosos no Museu de Arte Brasileira da Faap em São Paulo após danos causados por obras do metrô.

No Museu de Arte Brasileira da Faap, em São Paulo, uma cena emocionante aconteceu na tarde de quinta-feira (11). Tarsila do Amaral, despedaçada numa mesa, teve suas partes limpas e reunidas por quatro mulheres, com a preocupação de não trocar nada de lugar. Ao lado, artistas renomados como Portinari, Ohtake e Segall observavam a cena, imóveis. Essa situação marca a reforma de 59 vitrais assinados por alguns dos mais famosos artistas plásticos brasileiros do século passado no saguão do edifício, expostos em um grande painel idealizado por Claudia Andujar.

A estrutura de chumbo que sustentava as peças sofreu trincas, fissuras e rachaduras devido a abalos causados por obras da linha 6-laranja do metrô. A Faap acionou a concessionária LinhaUni, responsável pelo canteiro, e obteve aproximadamente R$ 500 mil para custear os reparos. Os trabalhos de restauração começaram em fevereiro, incluindo a troca da estrutura danificada de chumbo e o restauro de todos os vitrais, sob a supervisão do restaurador Antônio Sarasá.

O processo de reparo dos vitrais é minucioso e delicado. Cada criação é retirada e desmontada, sendo lavada com produtos especiais para preservar a pintura original. O reparo de um vitral pode levar até dois dias, dependendo da complexidade da composição. A presidente do conselho de curadores da Faap, Celita de Carvalho, ressalta a importância da restauração, afirmando que os vitrais são de valor inestimável e representam um compromisso em zelar pelo patrimônio artístico e cultural da fundação.

Das 59 produções, 22 estão prontas para voltar à exibição, incluindo obras de Lasar Segall e Tomie Ohtake. A natureza vibrante de Tarsila do Amaral e a negritude expressionista de Di Cavalcanti ainda aguardam pela atenção da equipe de manutenção. O painel da Faap deve estar pronto até o dia 25, já que em maio está prevista uma exposição de Salvador Dalí no Museu de Arte Brasileira. A história por trás dos vitrais revela a importância do trabalho de Conrado Sorgenicht, considerado o papa dos vitralistas brasileiros, e sua contribuição para a arte no país.

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