Mercado futuro de juros sobe com influência internacional e preocupações fiscais no Brasil, atingindo máximas em todos os vencimentos

Os juros negociados no mercado futuro tiveram um dia de intensa volatilidade nesta terça-feira, 16, renovando máximas em todos os vencimentos nos últimos minutos. Essa movimentação foi em linha com a elevação dos juros dos Treasuries e a valorização do dólar, que estão refletindo o cenário internacional. Em alguns vencimentos, a alta chegou a 24 pontos-base, em um movimento semelhante ao observado na sessão anterior.

De acordo com profissionais do mercado, a influência internacional na formação dos prêmios de risco é expressiva, porém o mal-estar em relação ao quadro fiscal doméstico se destaca nas negociações. A incerteza em relação à situação econômica do país está pesando mais do que outros fatores de risco, como questões geopolíticas.

José Raymundo Faria Junior, diretor da Wagner Investimentos, pontuou que o mercado futuro de juros passa por um momento de “stop loss”, com fundos de investimento reduzindo suas posições de juros devido a mudanças nas expectativas para a economia global e doméstica. Essa reavaliação se deve ao fato de que as perspectivas de um cenário mais favorável para 2024 não estão se concretizando, influenciadas por fatores externos e internos.

No cenário nacional, os investidores ficaram de olho no relatório Focus do Banco Central, que mostrou uma revisão para baixo na projeção do IPCA de 2024, passando de 3,76% para 3,71%. Já a projeção para 2025 teve um leve aumento, de 3,53% para 3,56%. Além disso, o mercado começou a se movimentar em relação à taxa Selic terminal, com as perspectivas para o final de 2024 passando de 9% para 9,13%.

A Fundação Getulio Vargas (FGV) também divulgou que o Índice Geral de Preços – 10 (IGP-10) teve uma queda de 0,33% em abril, ficando abaixo das expectativas do mercado. Esse cenário de ajustes econômicos e volatilidade nos juros futuros reflete a sensibilidade dos investidores em relação ao ambiente econômico atual. No fechamento do pregão, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2025 projetava uma taxa de 10,28%, enquanto o DI para janeiro de 2027 tinha uma taxa de 11,00%.

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