O primeiro grande ato da campanha ocorreu cinco meses antes, em frente ao Estádio do Pacaembu, reunindo mais de 70 entidades da sociedade civil e 15 mil pessoas. Esse evento marcou o início de uma jornada que mobilizaria o país nos meses seguintes.
Desde o golpe militar de 1964, a democracia no Brasil estava suspensa, e a população não tinha o direito de escolher diretamente o seu presidente há mais de duas décadas. A campanha das Diretas Já! teve início em Curitiba, ganhou força em São Paulo e se espalhou por diferentes capitais e cidades do país, reunindo multidões em prol da democracia.
A emenda do deputado Dante de Oliveira, que propunha eleições diretas para presidente, foi apresentada em 1983 e a votação estava marcada para abril de 1984 no Congresso Nacional. No entanto, apesar das manifestações populares e do apoio massivo da sociedade, a emenda não obteve os votos necessários para ser aprovada, ficando a 22 votos do quórum necessário.
O comício da Candelária, no Rio de Janeiro, que reuniu mais de um milhão de pessoas, foi o prelúdio para o grandioso evento no Vale do Anhangabaú, onde mais 1,5 milhão de brasileiros clamaram por eleições diretas. Mesmo com a derrota no Congresso, as Diretas Já! marcaram um importante capítulo na luta pela redemocratização do país.
Quatro décadas depois, a importância desse movimento histórico ainda ressoa na memória coletiva do povo brasileiro, reafirmando a importância da participação cidadã na consolidação e proteção da democracia.