Gabriela Hardt atuou como substituta do ex-juiz Sergio Moro na 13ª Vara Federal em Curitiba e atualmente trabalha em uma vara recursal da Justiça Federal no Paraná. O afastamento da juíza se deve a supostas irregularidades cometidas em suas decisões durante as investigações da Lava Jato, em que autorizou o repasse de cerca de R$ 2 bilhões oriundos de acordos firmados com os investigados, para um fundo que seria gerido pela força-tarefa da operação. Estes repasses foram suspensos em 2019 pelo Supremo Tribunal Federal.
O corregedor Salomão alegou que Gabriela Hardt pode ter cometido “recirculação de valores” ao direcionar recursos de acordos de delação e leniência com investigados na operação. Além disso, a decisão de afastamento indica que a juíza pode ter discutido os termos do acordo fora dos autos, por meio do aplicativo de mensagens WhatsApp, sem contraditório ou intimação da União Federal.
A decisão do corregedor será analisada na sessão desta terça-feira (16) do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A assessoria de imprensa da Justiça Federal em Curitiba informou que a juíza não irá se manifestar sobre o afastamento.
As irregularidades apontadas nas decisões dos magistrados ligados à Lava Jato estão sendo investigadas e discutidas a nível nacional, levantando questões sobre a conduta e responsabilidade dos envolvidos no processo. O caso demonstra a importância da atuação rigorosa dos órgãos de controle para garantir a integridade e imparcialidade do sistema de Justiça no país.