Vinda de uma família com fortes laços com a cultura, Junia teve o incentivo desde cedo para se dedicar às artes. Sua tia era dona de uma escola de dança e seu avô ocupou o cargo de secretário de Cultura durante o governo de Juscelino Kubitschek, em Minas Gerais. Em sua casa, a mãe era exigente com os estudos tradicionais, mas Junia sempre teve liberdade para explorar a arte, o que a levou a se apaixonar pela música após um breve flerte com a dança.
Aos 15 anos, Junia conheceu o radialista Marcos Kacovicz, que se tornou um grande amigo e mais tarde a entrevistaria para a série “Mulheres no Rock”, destacando seu talento e sua habilidade autodidata para aprender a tocar guitarra. Foi após assistir a um show da banda Tutti Frutti, liderada por Rita Lee, que Junia decidiu seguir a carreira musical, estabelecendo uma relação próxima com a renomada cantora e outras artistas, como Cássia Eller.
Durante sua trajetória, as músicas de Junia se tornaram trilha sonora de novelas da TV Globo, consolidando sua identidade no meio artístico. Embora seja comparada por alguns como a “Rita Lee mineira”, Junia sempre foi reconhecida por sua própria identidade e originalidade. Sua proximidade com outros artistas e sua capacidade de compor músicas autênticas a diferenciavam no cenário musical.
Aos 64 anos, Junia Lambert faleceu em decorrência de uma parada cardíaca, deixando um legado artístico e emocional para amigos, fãs e familiares em todo o Brasil. Sua passagem pelo mundo da música deixou marcas profundas e sua falta será sentida pela comunidade artística. Junia Lambert deixa um vazio que será difícil de preencher, mas seu talento e personalidade única continuarão vivos na memória daqueles que a amavam e admiravam.
