Medo da morte? Pesquisa revela que falar em público é o verdadeiro terror para a maioria das pessoas.

Em uma pesquisa recente, foi questionado às pessoas sobre o que mais as assustava. Surpreendentemente, o medo de “morrer” ficou em segundo lugar. O que poderia ser mais aterrorizante do que a morte? Segundo milhares de entrevistados, o medo de “falar em público” superou a mortalidade.

Esta semana, tive que apresentar um projeto para cerca de 30 executivos da indústria audiovisual, no Rio de Janeiro. A agente de viagens me questionou se eu estava confortável em voar em um avião pequeno. Caso você se depare com essa questão no futuro, não hesite em perguntar “quão pequeno?”. Eu voei para o Rio em um pequeno monomotor de nove lugares, que se assemelhava a voar em uma Kombi. Durante uma hora e quarenta minutos, o serviço de bordo se resumiu a um cooler improvisado. Apesar do medo e do suor, consegui manter a compostura.

Ao subir no palco para apresentar meu projeto em apenas sete minutos, minhas pernas tremiam como se fossem de um boneco inflável. Foi nesse momento que compreendi a pesquisa. Um morto não treme, não gagueja, não trava. A morte, de certa forma, representa a cessação do ridículo. A exposição ao ridículo parece ser o cerne do medo de falar em público.

Ouvir histórias sobre situações constrangedoras sempre nos faz refletir. A série “Curb Your Enthusiasm” traz um episódio em que o protagonista, Larry David, perde a chance de um relacionamento após sofrer um acidente constrangedor. Parece que o desejo não sobrevive a um momento embaraçoso. Assim, nos questionamos sobre o que há de tão ridículo no ridículo.

Nelson Rodrigues, conhecido por expor o ridículo humano em suas obras, traz à tona o medo de ser exposto na cena onde um personagem é pego passando talco nos pés. Esse ato simples ganha proporções maiores, revelando o amor, o desejo, e até mesmo uma suposta traição aos princípios.

Em suma, o medo do ridículo está presente em todos nós. No entanto, é importante não permitir que essa sensação nos paralise. A exposição ao ridículo faz parte da vida e, muitas vezes, nos ensina a rir de nós mesmos. Basta superar esse medo e seguir em frente, mesmo que seja necessário enfrentar um avião monomotor para chegar ao destino desejado.

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