Girão chamou a atenção para o fato de que a concentração de cloreto de potássio utilizada nesse procedimento é extremamente elevada, sendo de 12 a 80 vezes mais forte do que a empregada para a eutanásia em animais. O senador também destacou que essa prática é utilizada em alguns países como método de pena de morte, sendo aplicada de uma só vez para diminuir a dor do condenado. No entanto, no caso dos bebês, o procedimento é realizado em etapas, prolongando o sofrimento do feto.
Além disso, Girão fez questão de salientar que a resolução do CFM agora garante o direito ao parto antecipado para fetos com mais de 22 semanas de gestação. Caso a mãe não queira permanecer com a criança, ela deverá ser encaminhada para adoção. O senador também criticou o governo atual, acusando-o de ter cometido um grande engodo eleitoral ao se declarar contrário ao aborto durante a campanha eleitoral.
Segundo Girão, nos primeiros dias do governo, o Ministério da Saúde revogou uma portaria importante que exigia a comunicação às autoridades policiais sobre casos de estupro. O parlamentar ainda mencionou uma nota técnica emitida pelo Ministério da Saúde que visava garantir o direito ao aborto até a nona semana de gestação, por meio da utilização de cloreto de potássio. Essa nota foi retirada devido à forte reação da sociedade.
Para o senador, esse é o momento ideal para o governo corrigir suas ações e apoiar integralmente a decisão do CFM. Ele ressaltou que essa resolução está de acordo com a Constituição e tratados internacionais assinados pelo Brasil, além de estar alinhada com a opinião da maioria da população, que é contra a legalização do aborto. Girão finalizou destacando que a resolução não interfere no artigo 128 do Código Penal, que define os casos em que o aborto não é punido pela lei.