De acordo com a portaria, as medidas incluem a instalação de paredes antichama em ambos os lados das vagas, a implementação de sistemas anti-incêndio do tipo sprinkler de alta pressão e um distanciamento de cinco metros para cada lado das vagas. A rigidez das normas propostas tem preocupado as construtoras, sindicatos e associações do setor, que veem a possibilidade de inviabilização da oferta de apartamentos com vagas para carros elétricos.
Entidades representativas, como o Sinduscon-SP e a Acigabc, apontam que a portaria é excessivamente restritiva e pode impactar significativamente o mercado imobiliário, principalmente em regiões onde o preço do metro quadrado é sensível, como no Grande ABC. O presidente da Acigabc, José Julio Diaz Cabricano, ressaltou a necessidade de uma discussão mais ampla e técnica sobre o assunto, uma vez que a norma é retroativa e afetará empreendimentos já finalizados.
Diante da polêmica gerada, o setor se mobilizou para discutir o tema com representantes das montadoras de veículos elétricos e entidades do ramo, a fim de elaborar pareceres técnicos que esclareçam os possíveis riscos de incêndio no carregamento de veículos. A construtora MBigucci também se manifestou, defendendo a necessidade de mais prazo para debater a questão, já que a portaria impactaria diretamente na oferta de apartamentos com vagas para carros elétricos.
O Secovi-SP também entrou na discussão, elaborando uma carta para síndicos e administradores de condomínios, buscando esclarecer a situação e sugerindo a suspensão de obras para criação de vagas para carros elétricos até que a normativa seja definida. Enquanto isso, o Corpo de Bombeiros informou que as medidas serão avaliadas após a consulta pública, considerando as sugestões da população e os aspectos técnicos e normativos apontados durante o processo. A decisão final sobre a portaria ainda está em aberto, gerando expectativas e debates entre os envolvidos no setor imobiliário e automobilístico.