Segundo os servidores, houve uma redução de até 6% nos salários dos novos contratados, distorções na carreira não foram corrigidas e a remuneração não foi equiparada aos parâmetros da ANA (Agência Nacional de Águas), como esperado. Apesar de reconhecerem avanços em relação à proposta anterior, a categoria não ficou satisfeita com o reajuste proposto pelo governo, que fala em um aumento de 20% a 30% nos salários.
Internamente, os servidores demonstram frustração e descontentamento. Assembleias setorizadas serão realizadas nas próximas semanas, mas não há previsão de que a paralisação seja interrompida. A possibilidade de greve ainda está na pauta, de acordo com Cleberson Zavaski, presidente da Ascema Nacional.
A demanda por valorização dos profissionais do Ministério do Meio Ambiente, Ibama e ICMBio vem desde 2023. Os servidores alegam que a carreira foi sucateada durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, mas foi essencial para resistir ao desmonte da política ambiental, o que deveria ser valorizado. No entanto, o descontentamento com o governo Lula aumentou após reajustes concedidos para outras categorias, como a PRF.
A paralisação dos servidores ambientais causou uma redução no número de autos de infração e multas aplicadas, além de impactar as análises de licenciamento ambiental, afetando setores como o automotivo. A proposta do Ministério da Gestão traz um plano de reajustes escalonados, mas os servidores alegam que ele reduz o salário de entrada dos novos servidores em até 6% em relação aos atuais funcionários públicos.
Diante desse cenário, a categoria não aceitou a proposta do governo e segue insatisfeita com as condições apresentadas. Mesmo com alguns avanços, os servidores ambientais afirmam que suas principais demandas não foram atendidas. Enquanto isso, a possibilidade de greve continua sendo discutida como forma de pressionar o governo a atender as reivindicações dos profissionais do setor ambiental.