Padre de Nova Friburgo é transferido para prisão domiciliar após denúncia de estupro e importunação sexual

Padre acusado de estupro e importunação sexual é transferido para prisão domiciliar após pedido da defesa. O padre Alexandre Paciolli, de 55 anos, foi preso no último dia 3 em Fortaleza e estava detido preventivamente por denúncias de importunação sexual e estupro feitas pelo Ministério Público do Rio de Janeiro. Após solicitação da defesa, a juíza Simone Dalila Nacif Lopes autorizou a transferência do padre para a prisão domiciliar.

A decisão da juíza foi baseada no estado de saúde do acusado, que passou por uma cirurgia de grande porte no dia 20 de março. De acordo com a magistrada, apesar da gravidade dos crimes atribuídos ao padre, sua condição de saúde exigia a conversão da prisão preventiva em domiciliar, seguindo o princípio humanitário constitucional. O alvará de soltura foi expedido nesta terça-feira, impondo cinco medidas cautelares ao padre em prisão domiciliar.

Entre as medidas, Paciolli deve comparecer mensalmente ao juízo de sua residência, não pode sair da região sem autorização, deve participar de todos os atos judiciais, apresentar relatórios médicos mensais e está proibido de manter contato com a vítima e testemunhas. O descumprimento das medidas pode resultar em nova prisão preventiva.

A concessão da prisão domiciliar para o padre foi criticada pelo Me Too Brasil, que acompanha a vítima que fez a denúncia. A ONG alega que a medida pode prejudicar o bem-estar emocional da vítima e alerta para a possibilidade de fuga do acusado. Paciolli ocupava cargos de destaque na Igreja, mas foi afastado após a prisão e enfrenta acusações de crimes cometidos contra a mesma mulher em agosto de 2022 e janeiro de 2023.

A Promotoria do Rio de Janeiro incentiva outras possíveis vítimas do religioso a procurarem ajuda e oferece suporte jurídico, psicológico e socioassistencial por meio do Me Too Brasil. O caso continua em investigação, e novas denúncias podem surgir. A prisão domiciliar de Paciolli gera debates sobre a punição de líderes religiosos envolvidos em casos de violência sexual e destaca a importância do apoio às vítimas nesses casos delicados.

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