O relator da CPI, senador Rogério Carvalho, destacou a importância dessa declaração, já que é a primeira vez que um representante da Braskem assume a culpa pelo ocorrido na capital alagoana. No entanto, durante a maior parte do depoimento, Arantes não respondeu às perguntas feitas, alegando desconhecimento sobre diversos assuntos técnicos.
O senador Carvalho apontou que a Braskem operava as minas de sal-gema em Maceió com poucos funcionários e sem geólogos contratados até maio de 2019. Ele também questionou a redução dos investimentos previstos para a região e a prática de desligar os pressurizadores da mineração durante a noite para economizar energia, aumentando o risco de instabilidade no solo.
Diante da falta de respostas do diretor Arantes, o presidente da CPI, senador Omar Aziz, aprovou um requerimento para convocar o vice-presidente da empresa, Marcelo Cerqueira, para prestar esclarecimentos na Comissão. Além disso, os acordos firmados entre a Braskem e as vítimas que perderam suas casas em Maceió foram destaque na sessão da CPI.
Segundo relatos dos representantes das vítimas, elas foram obrigadas a vender os imóveis para a Braskem por valores baixos e com pouca indenização por danos morais. Alexandre Sampaio, presidente da Associação dos Empreendedores e Vítimas da Mineração em Maceió, pediu que os acordos sejam revistos para garantir a justiça às vítimas.
Em resposta, o diretor da Braskem defendeu a voluntariedade dos acordos e afirmou que as famílias tiveram apoio de advogados ou defensores públicos. Até o momento, a empresa provisionou R$15,5 bilhões para indenizações, dos quais R$9,5 bilhões já foram desembolsados, beneficiando moradores e comerciantes afetados pelo desastre em Maceió.